“Com o segundo mandato praticamente assegurado, o governador cearense Cid Gomes não vai poder concentrar-se na festa da vitória”, começa a reportagem da revista semanal.
De acordo com a publicação, o esquema de corrupção foi descoberto por acaso pela Polícia Federal em 2009, durante investigação de fraudes cometidas pelo empresário Raimundo Morais Filho. A “teia de ilegalidades” foi batizada, segundo a Veja, de “Integração Cearense”, em alusão ao Ministério da Integração Nacional, cujo comando era de Ciro Gomes, entre os anos de 2003 e 2006, no primeiro mandato do Governo Lula. “A operação começava com o repasse de recursos do ministério a prefeituras cearenses”, completa a matéria.
A reportagem explica que “licitações viciadas favoreciam sistematicamente as 17 empresas de Morais, que se apropriava de 4% do valor do contrato e entregava o restante ao deputado estadual Zezinho Albuquerque (PSB), principal articulador político de Cid Gomes na Assembleia”.
Depois disso, o dinheiro iria para as prefeituras, que por sua vez pagavam pelas obras um valor inferior ao registrado em contrato.
Documentos apreendidos pela PF mostram, conforme a Veja, que a quantia excedente financiou, na campanha de 2006, as candidaturas de Cid a governador e de Ciro a deputado.
A reportagem finaliza: “Interessado em negociar uma delação premiada, Morais produziu um minucioso relatório sobre as operações criminosas. Procurados por Veja, Zezinho e os irmãos Gomes negaram qualquer envolvimento com o episódio. Ciro afirma que sequer conhece o pivô do escândalo”."
A MILIONÁRIA "INTEGRAÇÃO CEARENSE""Documentos em poder da Polícia Federal envolvem o governador do Ceará, Cid Gomes, e seu irmão, o deputado Ciro Gomes (PSB) em um esquema de corrupção que desviou 300 milhões de reais das prefeituras do estado entre 2003 e o fim do ano passado.
Raimundo Morais Filho, empresário que participava da lambança, deixou tudo registrado em 27 gigas de memória, de que VEJA tem cópia.
Laurélia Cavalcante, delegada federal que investiga o caso, foi atropelada por um carro não-identificado nas ruas de Fortaleza.
Morais Filho escreveu um outro relato em que se diz ameaçado.
Cid nega qualquer irregularidade. Ciro, que já anunciou a disposição de construir “uma nova hegemonia moral e intelectual no país” diz não conhecer o empresário: “Jamais fiz com ele ou com qualquer pessoa essa sórdida prática que estão querendo me imputar”."
"Cid e Ciro Gomes emitem notas e negam denúncia de revista sobre corrupção"
"Diante das denúncias divulgadas pela Revista Veja, os irmãos Ferreira Gomes reagiram com notas à imprensa. O deputado federal Ciro Gomes (PSB) afirma que a denúncia é “sórdida trama”. Já o governador e candidato à reeleição, Cid Gomes, afirma que a revista “mente”. A reportagem fala de um esquema de corrupção responsável pelo desvio de R$ 300 milhões das prefeituras do Estado entre 2003 e o fim do ano passado.
A resposta de Cid Gomes
“A revista Veja mente, e esta não é a primeira vez. Ela mentiu quando disse que eu tinha um apartamento em Nova York, mentiu quando lançou falsas acusações sobre a concorrência do Castelão, e mente agora novamente. Trata-se de um comportamento tendencioso, contumaz e mal intencionado para comigo e para com o Ceará.”, diz um dos quatro ítens que compõem a resposta de Cid Gomes.
No restante do texto, ele diz que as acusações são absurdas, indignas e mentirosas. Ele afirma estar acionando a Policia Federal para saber se existe algum inquérito em que o nome dele seja citado. A partir disso, ele promete tomar providências “enérgicas e duras”.
A resposta de Ciro Gomes
“Nego e repudio, com veemência, qualquer acusação contra minha conduta, tanto no plano pessoal, como no exercício dos cargos que tive a honra de ocupar ao longo de 30 anos de vida pública”, diz a nota de Ciro Gomes.
Assim como o irmão, o parlamentar afirma que tomará “todas as providências jurídicas cabíveis” para resguardar a reputação e para processar os autores do que ele chama de “sórdida trama”.
Ele encerra a nota pedindo aos seus eleitores que se mantenham alertas contra “denúncias” fabricadas a 15 dias das eleições. “Elas representam uma grave ameaça à Democracia, pois pretendem, com acusações levianas e mentirosas, alterar a vontade popular que se manifesta na preferência pelo Cid em todas as pesquisas”, completa."
(Fonte: Jangadeiro online - Reinaldo Azevedo - http://veja.abril.com.br/
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