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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

APÓS DENÚNCIAS, MINISTRA CHEFE DA CASA CIVIL DEIXA O GOVERNO


"Após denúncias, ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, deixa o governo."

"Erenice Guerra não resistiu às pressões e deixou o cargo de ministra-chefe da Casa Civil no fim da manhã desta quinta-feira (16/09). A informação foi dada há pouco pelo porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, depois que Erenice se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua carta de demissão, Erenice alega que precisa de tempo para preparar a defesa dela e de sua família depois das denúncias trazidas à tona pela revista Veja que acusa Israel Guerra, filho da ministra, de intermediar contratos de uma empresa de transporte aéreo MTA com os Correios mediante pagamento de propina.

Quem assume interinamente o comando da Casa Civil é o atual secretário executivo, Carlos Eduardo Esteves Lima. O nome mais cotado para assumir definitivamente a pasta é a coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Míriam Belchior.

O governo esperava pelo pedido de demissão de Erenice, após uma série de denúncias de tráfico de influência e lobby envolvendo o filho da ministra, Israel Guerra. Reportagem publicada nesta quinta pelo Correio Braziliense mostra a atuação de Erenice nos bastidores do poder também no Distrito Federal, com parentes exercendo funções comissionadas em postos-chave de órgãos do GDF.

Leia a íntegra da carta de demissão de Erenice Guerra:

"Senhor Presidente

Nos últimos dias, fui surpreendida por uma série de matérias vinculadas por alguns órgãos da imprensa contendo acusações que envolvem familiares meus e um ex-servidor lotado nesta pasta, tenho respondido uma a uma, buscando esclarecer o que se publica e principalmente a verdade dos fatos, defrontando-me com toda a sorte de afirmações, ilações e mentiras que visam a desacreditar o meu trabalho e atingir o governo ao qual sirvo.

Não posso, não devo e nem quero furtar-me a tarefa de esclarecer todas essas acusações nem posso deixar qualquer dúvida pairando acerca da minha honradez e da seriedade com a qual me porto no serviço público. Nada fiz e permiti que se fizesse ao longo de 30 anos de minha trajetória pública que não tenha sido um estrito cumprimento dos meus deveres. Prova irrefutável dessa minha postura, é que já solicitei à Comissão de Ética a abertura de procedimento para esclarecimento dos fatos aleivosamente contra mim levantados. À Controladoria-Geral da União (CGU), a auditagem dos atos relativos à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), dos Correios e da contratação de parecer jurídico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), além de solicitar ao Ministério da Justiça a abertura dos procedimentos que se fizerem necessários no âmbito daquela pasta para também esclarecer os citados fatos.

No entanto, mesmo com todas essas medidas por mim adotadas, inclusive com a abertura dos meus sigilos telefônico, bancário e fiscal, a sórdida campanha para desconstituição da minha imagem, do meu trabalho e da minha família continuou implacável. Não apresentam uma única prova sobre minha participação em qualquer dos pretensos atos levianamente questionados, mas mesmo assim estampam, diariamente, manchetes cujo único objetivo é criar e alimentar artificialmente um clima de escândalo. Não conhecem limites.

Senhor presidente, por ter formação cristã, não desejo nem para o pior dos meus inimigos que ele venha a passar por uma campanha de desqualificação como a que se desencadeou contra mim e minha família. As paixões eleitorais não podem justificar esse vale-tudo. Preciso agora de paz e tempo para defender a mim e a minha família, fazendo com que a verdade prevaleça, o que se torna incompatível com a carga de trabalho que tenho a honra de desempenhar na Casa Civil.

Por isso, agradecendo a confiança de vossa excelência ao designar-me para a honrosa função de ministra-chefe da Casa Civil da República, solicito em caráter irrevogável que aceite meu pedido de demissão. Cabe-me daqui por diante a missão de lutar para que a verdade dos fatos seja restabelecida.

Brasília, 16 de setembro de 2010"

(Fonte: Correio Braziliense)

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