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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

TEATRO AMAZONAS VAI RECEBER R$ 2,3 MILHÕES DO GOVERNO BOLSONARO

Inaugurado em 1896, o Teatro Amazonas, primeiro bem tombado como patrimônio brasileiro no estado do Amazonas, vai receber investimentos para a sua conservação. Serão R$ 2,3 milhões para medidas de segurança e manutenção predial. Os recursos são do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), do Ministério da Justiça, provenientes de condenações judiciais, multas e indenizações para reparação de danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Segundo o diretor do Teatro Amazonas, Cândido Jeremias, este é o maior investimento no local nas duas últimas décadas. Segundo ele, com o aporte financeiro servirá para manter o prédio histórico em segurança. “Tem mais de 20 anos que não é investido no teatro um recurso como esse do governo federal. E isso vai ser mega, ultraimportante para a gente. Principalmente porque o projeto prevê um sistema de combate a incêndio para deixar o teatro 100% livre de qualquer mal, com alarme, com sistema inteligente. Teremos uma fiscalização importante na revisão elétrica, no sistema de câmeras. Então, esse projeto engloba toda a segurança do prédio e a manutenção, que é muito importante”, afirmou.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cidadania, vai lançar licitação para selecionar as empresas executarão os serviços de elaboração de projetos e construção dos sistemas de detecção e combate a incêndio, de instalações elétricas e de proteção contra descargas atmosféricas. Além da reforma voltada à segurança, a cortina, também conhecida como Pano de Boca do Teatro, será restaurada. Pintada a óleo sobre o tecido, a obra de arte homenageia o encontro das águas dos rios Negro e Solimões efoi confeccionada em 1894, pelo artista brasileiro Crispim do Amaral.
A intervenção no Pano de Boca está orçada em um R$ 1,8 milhão – sendo R$ 1,5 milhão do Ministério da Cidadania e R$ 400 mil do governo do Amazonas. Para a superintendente do Iphan no estado, Karla Bitar, os investimentos são necessários para salvaguardar um dos mais importantes teatros brasileiros e uma das principais casas de ópera do mundo.
“Além de o prédio ter esse valor excepcional artístico, sua arquitetura, seu estilo eclético, que é característico do período da borracha que tivemos no Amazonas e também no Pará, ele representa uma época em que uma sociedade buscava uma inspiração num cenário europeu e queria uma cidade com um embelezamento a partir de referências monumentais como esta. E, obviamente, era uma sociedade que gostava muito de cultura e de arte”.
Segundo a Secretaria de Cultura do Amazonas, o teatro, tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1966, preserva parte da arquitetura e decoração originais. O estilo arquitetônico é renascentista, com detalhes ecléticos. Na área externa, a cúpula possui 36 mil peças nas cores da bandeira brasileira, importadas da Alsácia, na França. A maior parte do material usado na construção do teatro foi importada da Europa: as paredes de aço de Glasgow, na Escócia; os 198 lustres e o mármore de Carrara das escadas, estátuas e colunas, são da Itália.
FESTIVAL AMAZONAS DE ÓPERA
O Teatro Amazonas é um dos mais ativos no cenário lírico nacional. Todos os anos, recebe o Festival Amazonas de Ópera, que desde 2000 já captou R$ 8,3 milhões pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. O maestro adjunto da Orquestra Amazonas Filarmônica, Marcelo de Jesus, relata a emoção de subir ao palco do teatro manauara a cada apresentação. “É uma joia. E a sensação é a mesma, quando a gente entra aqui, estamos em um templo e, realmente, é um agradecimento e uma sensação de gratidão, mesmo, de podemos fazer o nosso trabalho, com uma estrutura muito bem consolidada, com um público que nos prestigia. Então, é uma felicidade e um orgulho muito grandes”, declarou.
A cada ano, o Teatro Amazonas registra aumento no número de visitantes. Segundo dados da Secretaria de Cultura do Amazonas, até agosto de 2019, 73.884 pessoas estiveram no prédio histórico, um crescimento de cerca de 11,7% comparado ao mesmo período do ano passado.

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