Em junho deste ano, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, reuniu-se com diretores da UNESCO para reforçar e apoiar a candidatura de Belo Horizonte e Fortaleza, além de outras regiões turísticas brasileiras, a títulos mundiais. Para ele, o reconhecimento dá a oportunidade de desenvolvimento para novos produtos e destinos turísticos.
Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE) entraram para o rol da Rede de Cidades Criativas da Unesco. As capitais foram reconhecidas pela entidade por basearem o seu desenvolvimento sustentável na culinária e no design, respectivamente. Ao conquistar o título, as cidades têm a oportunidade de participar de projetos estratégicos em âmbito internacional e fomentar a indústria criativa local de forma sustentável e inclusiva.
“Este título dará desenvolvimento turístico, econômico, cultural e social a essas localidades. Ele é um instrumento que afeta diretamente a qualidade de vida das cidades, criando soluções criativas de melhorias locais. O turismo tem muito a ganhar com isso”, destacou.
De acordo com o presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro, o título é uma conquista construída a partir da coletividade. “Foram meses de engajamento dos atores da gastronomia, que conseguiram resumir, em um dossiê, os nossos atributos. São feiras, chefs renomados, restaurantes, pratos típicos, além de políticas públicas voltadas para a segurança alimentar, tudo isso formando a base desse título. É um reconhecimento internacional da nossa criatividade gastronômica como motor de desenvolvimento sustentável. Cabe a nós, agora, fazer com que essa riqueza se consolide em uma estratégia impulsionadora de crescimento, dinamismo, formação, inclusão, sustentabilidade e também do orgulho de ser belo-horizontino. Hoje, Belo Horizonte e seu DNA gastronômico firmam-se como exemplo diante do mundo”.
FORTALEZA
Para o secretário municipal de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, o reconhecimento pela Unesco é um motivo de orgulho. “Estamos aqui fazendo um trabalho muito intenso no turismo e sempre com foco muito grande na cidade, tornando-a sempre melhor para o fortalezense. Fortaleza sendo colocada no mundo como cidade criativa só fortalece todas as estratégias de turismo que estamos fazendo, porque o turismo de experiências tem tudo a ver com cidades criativas. É o fortalecimento do vínculo cultural criativo que a cidade tem com as pessoas e com o mundo. Então, Fortaleza tem se colocado no mundo dessa forma, uma cidade criativa, afetiva e cordial. ”
No Brasil, outras oito cidades já contavam com o título: Belém (PA), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ), no campo da Gastronomia; Brasília (DF) e Curitiba (PR), no do Design; João Pessoa (PB), em Artesanato e Artes folclóricas; Salvador (BA), na Música; e Santos (SP), no Cinema.
As cidades criativas da Unesco comprometem-se a colocar a cultura no centro de suas estratégicas de desenvolvimento e compartilhar suas melhores práticas. Elas trabalham em busca de dois objetivos comuns: colocar as indústrias criativas e culturais no centro dos planos de desenvolvimento locais e cooperar ativamente por meio de parcerias entre cidades em nível nacional e internacional. Elas se dividem em sete categorias: artesanato e artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, artes midiáticas e música.
GASTRONOMIA MINEIRA
Com uma arte culinária singular e que remete a uma tradição de décadas, Belo Horizonte vem se consolidando cada vez mais como um ativo imprescindível para o turismo gastronômico no país. De acordo com dados da Pesquisa de Demanda Turística do Ministério do Turismo, a culinária é o item mais bem avaliado pelos turistas estrangeiros na capital mineira, com índice de mais de 98% de aprovação.
DESIGN CEARENSE
A capital do Ceará é considerada a quarta capital do país em número de estabelecimentos do segmento, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Além disso, Fortaleza ocupa hoje a terceira posição entre as capitais brasileiras em número de empregos formais no setor de Design, com uma taxa de 273,9 projetistas por milhão de habitantes, 80% superior à média brasileira. Tudo teve início com o ciclo da plantação de algodão no Ceará, a partir do século XVIII, quando o processo de industrialização de Fortaleza se consolidou com a criação de um parque industrial têxtil e uma área de produção de moda.
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