A violência em todo o mundo contemporâneo
tem sido um fato de preocupação social relevante que nas últimas
décadas tornou-se notória, sendo objeto de estudo aprofundado pela
sociedade hodierna.
No Brasil, a violência tem tomado rumos
expressivos e preocupantes, principalmente nos grandes centros urbanos,
como a cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, que ainda
apresenta elevados índices de criminalidade, muito embora tenhamos
testemunhado relevantes esforços dos governos para otimizar a segurança
pública, e como forma de enfrentar a problemática foi notória a
iniciativa da criação do Policiamento Comunitário, da CIOPS, dos
Distritos Modelos, do Programa “Ronda do
Quarteirão”, e mais recentemente, as Áreas
Integradas de Segurança (AISs), através do Sistema de Definição e Gerenciamento
de Metas para os Indicadores Estratégicos de Criminalidade no Estado do Ceará,
editados pela Lei nº11.558, de 11 de março 2014 e o decreto nº31.448, de 24 de
março de 2014.
Por outro lado, não somente o governo, mas a
sociedade em geral, tem que entender que o enfrentamento da violência
não se resume às questões exclusivas de segurança pública. A violência
deve ser enfrentada em amplas frentes, como na amplitude educacional
transformadora, buscando colaborar para que a sociedade se desenvolva em
bases sólidas que privilegie a ética, a cidadania, a paz social, os
direitos humanos, o império da lei, dentre outros importantes vetores.
A educação a ser empreendida para os operadores da segurança, afins e
para a sociedade em geral, deve ser entendida como um conjunto
sistemático de valores, de conceitos, de procedimentos e de posturas
capazes de permitir o pleno engajamento do indivíduo na sociedade, no
mundo do trabalho e nas suas atuações participativas e democráticas.
Devem ser evidenciados os processos direcionados à prevenção, à
preservação e à proteção dos seres vivos, dos recursos ambientais,
naturais e do patrimônio que contribuam para a construção uma sociedade
livre, igual, fraterna, sob o foco de uma cultura de paz, dos direitos
humanos na amplitude da sua Legislação Nacional e Internacional, no que
se refere à concidadania, primando pela dignidade da pessoa e do stutus
quo.
Na educação dos profissionais de segurança, afins e da
sociedade, há que ser entendido que o envolvimento e a atuação em
espaços públicos e privados é primordial para a construção do novo
perfil, a fundamentação em competências éticas, legais e técnicas
contemplando, ainda, como já foi evidenciado modernamente, o raciocínio
lógico, a inteligência social, a capacidade de diálogo, a tolerância e a
atuação em equipes multi e interdisciplinares.
Sua dimensão
instrumentalizadora não pode ser desvinculada do contexto de sua
criação, de sua elaboração e de seu desenvolvimento histórico,
econômico, social e cultural, cujas bases serão perseguidas e
aperfeiçoadas processualmente num refazer permanente que possibilite uma
ação transformadora dos seres humanos e do ambiente.
O processo
de educação deve evidenciar que a égide do ser x ter deve ser aferida
com frequência, pois as seguranças pública e privada têm fortes
compromissos deontológicos que constantemente envolve, dentre outros
valores, a honestidade e o espírito de renúncia na preservação de
patrimônios, e fundamentalmente na defesa de vidas.
Esses
profissionais devem ficar cônscios de que a profissão muitas das vezes
impõe o sacrifício pessoal e profissional, como os de serem submetidos
constantemente a avaliações, reavaliações, educação, formação e
aperfeiçoamento continuado, além de vivências motivacionais, pois muitas
das vezes o risco da profissão pode-lhes causar danos, dentre outros,
os psicológicos, os físicos e até o sacrifício da própria vida.
Em contrapartida, o governo há que entender melhor os profissionais da
segurança e motivá-los na medida das suas expectativas e da realidade
republicana.
Todos nós enquanto sociedade teremos que ser sujeitos ativos, e porque não, mobilizados para tal!