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terça-feira, 28 de abril de 2009

ALERTA - MINISTÉRIO DA SAÚDE ACOMPANHA 11 CASOS SUSPEITOS DE GRIPE SUÍNA NO BRASIL, DOIS NO RIO.

"O Ministério da Saúde informou, em nota divulgada na noite desta segunda-feira, que está monitorando o estado de saúde de 11 pessoas que vieram recentemente de países afetados pela gripe suína causada pelo vírus H1N1, que já matou pelo menos 22 pessoas no México e infectou ao menos 73 no mundo. Ao todo, apresentaram alguns dos sintomas clínicos típicos da doença três pessoas em Minas Gerais, duas no Rio de Janeiro, duas no Amazonas, duas no Rio Grande do Norte, uma em São Paulo e uma no Pará, embora até agora nenhuma delas preencha a definição de "caso suspeito".
Segundo as autoridades, uma mulher de 44 anos que chegou de Nova York no sábado foi internada na UTI do Copa D'Or com um forte resfriado e acabou sendo isolada por medida de precaução. Além do Brasil, outros 14 países registraram casos suspeitos da doença. A Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou para 4 (numa escala até 6) o grau de alerta da epidemia, indicando que o vírus tem significativa capacidade de transmissão entre humanos, o que levou EUA e UE a emitiram alertas desaconselhando viagens "não essenciais" ao México devido ao surto.

Nos aeroportos brasileiros, viajantes que desembarcavam do México na segunda-feira, o quarto dia após o alerta da epidemia, queixaram-se de desinformação. Apesar das medidas anunciadas pelo governo brasileiro, os passageiros disseram que não foram abordados por agentes, nem receberam folhetos informativos sobre prevenção e tratamento da doença.

A princípio, passageiros que retornam ao Brasil vindos dos EUA, Canadá e México que apresentarem sintomas da doença (tosse, febre alta e dores musculares) serão examinados por técnicos da Anvisa, acompanhados de médicos da Infraero, ainda no avião e deixarão a aeronave em uma ambulância rumo um dos 51 centros de referência em epidemiologia que operam em 23, dos 27 estados. Aqueles que tiveram contato com os suspeitos de terem contraído a doença também serão examinados.

O diretor da Anvisa, José Agenor Álvares, disse que não há motivo para pânico.
- A população tem que ficar tranquila porque o governo está trabalhando, fazendo tudo o que é possível para que isso não entre no Brasil - disse.
O Ministério da Saúde também anunciou a compra de um lote emergencial de 100 mil máscaras cirúrgicas que serão encaminhadas para os seis aeroportos que recebem voos internacionais. Também serão distribuídos panfletos sobre precauções e recomendações a quem volta do exterior e para quem vai às áreas de risco. Uma das recomendações é para que os brasileiros usem a máscara durante toda a estada na América do Norte. No folder há um número do Disque Saúde para tirar dúvidas de viajantes (0800 - 611997).
Em Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva calmou a população e fez o sinal da cruz ao dizer que não há casos da doença no país:
- Ainda ontem (domingo), dez da noite, recebi telefonema do (ministro da saúde, José Gomes) Temporão, pra dizer que essa gripe suína não chegou no Brasil. Temos estoque de remédios pra enfrentar essa situação, que graças a Deus (faz sinal da cruz) não chegou aqui e espero que não chegue nunca.
Preocupado com uma possível queda no consumo de carne suína, o Ministério da Agricultura divulgou nota esclarecendo que não existe no Brasil registro da doença em humanos. O órgão assegurou que também não há qualquer restrição ao consumo desses produtos.

Contenção não é uma opção viável.
Segundo a edição de segunda-feira do jornal mexicano "Reforma", há cerca de um mês, a empresa americana Veratec advertira a OMS sobre a possibilidade de um vírus poderoso de gripe surgir no México devido ao grande número de casos de pneumonia fora do comum em determinada área. E o número de mortos no país não para de crescer: há suspeita de a doença ter provocado 149 mortes, mas autoridades locais confirmam 22 delas.
Nos vizinhos EUA, já são 40 casos confirmados da doença, mas nenhuma morte. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, o número de ocorrências na maior cidade americana pode passar de cem.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon advertiu nesta segunda-feira que o surto pode se transformar em uma nova pandemia global. Segundo o diretor -geral adjunto da OMS, Keiji Fukuda, a diretora-geral da organização, Margaret Chan, decidiu, no entanto, não recomendar restrições de viagens ou de negócios por considerar, com base na avaliação de especialistas, que a medida não seria de muita utilidade "porque o vírus já está muito estendido geograficamente". De acordo com ele, uma pandemia não é considerada inevitável a essa altura e que tratar a doença é mais importante do que tentar conter o vírus.
- Contenção não é uma opção viável - diz."

(Fonte: O Globo)

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